05 julho 2009

Time Out (1959)



Nem só de Kind Of Blue viveu o ano de 1959... As gravações de Miles Davis e seu quinteto no 30th Street Studio, em Nova York, terminaram quase no fim de Abril. Para um amante do jazz, ver a programação da época daquele estúdio da Columbia é uma das coisas mais surpreendentes. Dois meses depois, no dia 25 de Junho, o Dave Brubeck Quartet entrava no estúdio para gravar um dos álbuns mais belos e rentáveis da história do jazz:
Time Out.

Time Out é um daqueles dez discos para caírem com você do avião numa ilha deserta. É, sem dúvida, um dos grandes momentos da dupla Dave Brubeck e Paul Desmond (que se conheceu lutando na Segunda Guerra Mundial).

Incialmente,
Time Out foi concebido como uma experimentação do quarteto e um risco assumido pela Columbia ao editá-lo. O álbum apresentava composições inéditas baseadas em compassos que não eram muito utilizados até então no jazz (como o ternário 9/8 e a valsa). Mas apesar das críticas iniciais, logo Time Out se tornaria um dos álbuns mais vendidos e executados do gênero, chegando ao topo de listas como a da Billboard e do National Recording Registry, em 2005.




Mas, independente de seu imenso sucesso de vendagem, o fato é que ouvir
Time Out é uma das grandes experiências ao ouvir jazz. Ali estão Dave Brubeck em grande inspiração (Brubeck pode até não ser um grande virtuose do piano, mas certamente um dos mais inspirados); o lírico e limpo sax de Paul Desmond (um sinônimo do West Coast Jazz); e a rítmica cozinha do baixo de Eugene Wright e a bateria de Joe Morello. A utilização de compassos não comuns até então ao jazz dá um ar bem marcado e de estabilidade ao álbum. Além, claro, de encontrarmos também ali a mais que famosa faixa Take Five.

Enfim,
Time Out foi o primeiro álbum de uma trilogia antológica que celebra a polirrítmica do jazz, completada por Time Further Out (1961) e Time in Outer Space (1962). Mas certamente o irmão mais velho é o melhor. Afinal, já é um cinqüentão de respeito.


3 comentários:

Anônimo disse...

Whoa, desde já agradeço por essa postagem. Há tempos eu queria me aproximar mais do jazz, e agora eu posso dar esse passo inicial. Grato pelo trabalho de postar e de incitar ouvintes mais jovens a pesquisar mais sobre outras vertentes de músicas.

Abraços e até a próxima.
Leandro Merlllin, do http://olhardesaldejack.blogspot.com/

Saci Pirata disse...

Jazz é bem legal!!! Pena não ser tão conhecido, mas eu curti!
Abração do Saci!! :D

Inez disse...

Adoro Jazz pena que aqui no Brasil não é muito valorizado.